Macro Insights

EUA - CPI

No exterior, o dado econômico mais aguardado da semana finalmente foi revelado: o CPI nos Estados Unidos.

Faltando poucos dias para a próxima decisão de juros por lá, o dado de inflação vinha sendo muito aguardado e mostrou um cenário para o Fed desconfortável, já que a inflação ainda incomoda, rodando distante da meta de 2%. Vamos aos detalhes:

O CPI avançou 0,38% na variação mensal em agosto, acelerando em relação à alta do mês anterior (+0,2%). O resultado veio mais forte do que a expectativa do consenso da Bloomberg (+0,3%).

O núcleo do CPI (que exclui os itens mais voláteis como alimentos e energia), por sua vez, avançou 0,35% no mês, praticamente mesma variação do mês anterior (+0,32%). O resultado veio dentro do previsto.

A média móvel de 3 meses anualizada, que desde março estava abaixo de 3%, avançou 3,5% em agosto com o núcleo do CPI nesta mesma métrica em 3,6%.

Na variação anual, o CPI avançou 2,92%, após alta de 2,7% no mês anterior. O resultado veio dentro do previsto pelos analistas de mercado.

O núcleo do CPI acelerou na passagem de julho para agosto, de 3,06% para 3,11%.

Nossa visão: o mercado continua com uma aposta agressiva de cortes de juros nos Estados Unidos mesmo após a divulgação do CPI mais forte. A situação do Fed parece difícil com sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho e uma inflação mais de 1 p.p. acima da meta.

Olhando à frente, o esfriamento do mercado de trabalho e desaceleração do salário podem acarretar em menor pressão na inflação de serviços nos próximos meses.

Levando em consideração que o Fed parece estar mais preocupado com desaceleração da atividade, mantemos nossa expectativa de três cortes de juros nos EUA em 2025.

Dalton Gardimam – Economista Chefe  

Maria Clara Negrão - Economista